sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Conferência da Família 2018


A Igreja Batista Regular Maranata realizará nos dias 29 e 30 de Setembro de 2018 uma conferência da família. A conferência terá como tema "Família Crescendo na Graça" (2 Pedro 3.18), que será desenvolvido pelo Pr. Emanuel Lins (IBR em Santo Antônio/RN). 

No sábado, dia 29, o culto acontecerá às 19:30hs; No domingo, às 9:00hs acontecerá a Escola Bíblica Dominical, onde será abordado a temática do culto doméstico, e às 18:30, acontecerá o culto de encerramento. 

A igreja localiza-se na Rua Marieta Miranda, s/n, Abolição II, em Mossoró/RN.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Poesia: A Imagem de Deus

Deus criou o homem a sua imagem e semelhança;

Perfeito era o homem, mas em astúcia se meteu;

Por sua desobediência perdeu a esperança;

E como pena do pecado, em fim ele morreu
.


A morte entrou no mundo, massacrando a humanidade;

A imagem refletida, logo se corrompeu;

A maldade em seus caminhos confirma a indignidade;

Seu corpo e espírito para sempre se perdeu.


Mas o Deus Filho fez-se carne, e homem se tornou.

Nasceu, viveu, morreu, tomando o meu lugar;

No entanto, o meu Substituto perfeito, por mim ressuscitou;

E pela fé que tenho nele, Ele pôde me salvar.


Em Cristo tendo crido, vida nova recebi;

Olhando para Jesus, me transformo a cada dia;

De glória em glória a Sua imagem é restaurada em mim;

Até o Dia em que hei de vê-Lo em plenitude de alegria



Ádamo Rocha

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

DEUTERONÔMIO: A Integridade no Texto do Pacto - parte 3/3

As estipulações específicas (Dt 12 -28)

As estipulações específicas, que funcionam como aplicação ou explicação nas situações específicas do dia a dia (SANTOS, 2016, P. 53), iniciam-se com as leis referente ao Santuário, as quais são introduzidas pela recorrente exortação: cumpram estes estatutos e juízos que o Senhor deu, para possuir a terra! A exigência de integridade em Dt 12 é comprovada pela necessidade de se destruir todos os lugares de adoração idólatra (v.2-3) e pela proibição de cultuar a Deus a semelhança da adoração Cananéia aos deuses pagãos, inclusive pelo sacrifício humano. (v.30-32). O Senhor tem preceitos para todas as áreas da vida de Seu povo, inclusive para a alimentação (v.15-19; 14.1-21), dízimos (14.22-29), perdão de dívidas, libertação de escravos, dedicação das primícias do rebanho (15.1-23) e festas religiosas (16.1-17). Desta feita, torna-se claro que Deus tem total interesse na vida religiosa, familiar e social de Seu povo.
A manutenção da integridade é vista no capítulo treze. O falso profetismo é algo seríssimo e pode levar o povo do Senhor a um afastamento da obediência e santidade, por isto, todos que estivessem sendo instrumentos de desvios deveriam morrer, até mesmo os parentes mais próximos deveriam apedrejar o culpado (v.6-11). Uma cidade toda deveria ser destruída, caso fosse levada a idolatria por homens malignos. De fato, Deus leva muito a sério a lealdade absoluta de Seu povo.
A pena de morte como punição para a violação da aliança é novamente segurada. Outras diversas prescrições da parte do Senhor são dadas: escolha de reis; herança dos levitas; punição para feiticeiros e falsos profetas; cidades de refúgio; uso de testemunhas; procedimentos na guerra; julgamento de homicídio; casamento com mulheres de povos conquistados; filhos rebeldes; relacionamentos interpessoais; pessoas proibidas de entrar na congregação, além de outas áreas tratadas (Dt 17-26), tudo isto visando a integridade perante o Senhor por meio de uma obediência amorosa, o que traria como consequência as bênçãos e a proteção divinas (26.16-19).
A cerimônia de ratificação do pacto é descrita no capítulo 27. No início do capítulo é ordenada a construção de um altar e a escrita do livro da lei ao atravessar o Jordão. Moisés estabelece o monte Gerizim para o anúncio das bênçãos e o monte Ebal para o pronunciamento das maldições. As bênçãos e as maldições, devido a integridade ou falta de integridade, são detalhadas no capítulo 28.
Os termos da Aliança (Dt 29-30)
 Nestes dois capítulos, “Moisés especifica os detalhes do pacto sob o qual os israelitas entrariam [e permaneceriam] na terra prometida” (RYRIE, 2006, p.198). Estando todos perante o Senhor, Moisés, convoca-os a uma resposta leal, tendo por base a fidelidade absoluta do Deus de Israel. O próprio Senhor se interpôs por julgamento (29.12), mostrando assim a garantia de Sua integridade para com o pacto. Aquela nova geração estava se comprometendo com Deus e testemunhando a palavra de compromisso e juramento do Senhor, como Ele já havia feito com os patriarcas e as gerações passadas (29.13). Igualmente, por meio da identificação genealógica, aquela geração presente nas planícies de Moabe estava comprometendo as próximas gerações com o Senhor (29.14-15).
A idolatria é mais uma vez condenada e o Senhor adverte para que qualquer raiz de idolatria, que traga consequências amargas para o povo do pacto, seja completamente erradicada (29.16-18). Qualquer pensamento curvo, que leve alguém a acreditar que viverá bem, apesar da perversidade pessoal, será julgado e terá a ira de Deus como consequência em sua vida (29.19-20). De fato, o Senhor se dispõe a derramar abundantemente a Sua justa ira, caso o povo venha a desprezar a aliança feita com o Senhor, isto será um grande espanto para todas as nações que destas coisas testemunharem (29.24-28).
Dentre as maldições previstas para os infiéis e desobedientes, está o cativeiro (o que foi concretizado na história de Israel). No entanto, movido por sua Misericórdia, o Senhor prometeu trazer de volta o Seu povo do cativeiro, caso haja a verdadeira contrição e arrependimento. Evidentemente, da mesma forma como a falta de integridade traria graves consequências, a presença da integridade trará restauração (30.1-20). É exatamente neste contexto de arrependimento e restauração, que somos informados de algo fundamental, a saber, a transformação interna e completa não é obra meramente humana, depende da volição e do agir de Deus (30.6).
A despedida de Moisés e a exaltação da integridade de Deus (Dt 21-34)
A fidelidade do Senhor mais uma vez seria provada pelo fato de que Ele passaria adiante do Povo, destruiria as nações inimigas e daria a terra como herança aos filhos de Abraão (31.3,8). Da parte do povo a lealdade seria exigida. Deveriam ler periodicamente o livro da lei, para todo o povo, como uma forma de ensinar as gerações posteriores a respeito do Senhor, a fim de que eles O temessem e O obedecessem todos os dias de suas vidas (31.10-13).
Infelizmente, em meio a toda esta afirmativa de compromisso e lealdade da parte do povo, o Senhor revela a Moisés que rapidamente eles iriam se corromper e abandonar a integridade perante o Senhor, quebrando assim a aliança que fizera com Ele (31.16).
Em meio a tudo isto, Moisés, antes de sua partida, ensinou um cântico de exaltação a Deus a toda aquela geração, para que, todos conhecessem e transmitisse os estatutos e juízos do Deus verdadeiro, pois das Palavras do Senhor dependia a vida de cada um deles (32.46-47). Finalmente, Moisés profere palavras de bênçãos as tribos de Israel, sobe ao monte Nebo, contempla a terra prometida e, aos cento e vinte anos morre perante o Senhor e o Senhor mesmo sepulta o corpo do Seu mensageiro e nomeia Josué como sucessor.
Vimos até aqui, panoramicamente, que cada capítulo do livro de Deuteronômio pode ser visto a luz da integridade de Deus e de Sua exigência de integridade por parte de Seu povo.

RYRIE, Charles C. A Bíblia anotada: edição expandida. Tradução de Susana Klassen. São Paulo: Mundo Cristão, 2006.

SANTOS, Pedro E. C. Exegese em Deuteronômio. Natal: SIBB, 2016 “material não publicado”.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

DEUTERONÔMIO: A Integridade no Texto do Pacto - parte 2/3

As Estipulações Gerais (Dt 5-11)
Esta etapa do livro de Deuteronômio também começa com um chamado a todo o Israel, a fim de ouvir, aprender e obedecer aos estatutos e juízos do Senhor (5.1). Aqui, como em 1.1 e ao longo do livro, pode-se perceber que “todos os israelitas estavam obrigados como membros da comunidade da aliança” (CRAIGIE, 2013, p.144), porém, a ênfase no ouvir e na obediência mostra a importância do aspecto individual desta obrigação. Moisés, como mediador da aliança, era igualmente devedor de uma vida íntegra diante de Seu Deus (5.31-33).
O capítulo 5 funciona como uma espécie de eixo para o livro de Deuteronômio. Este capítulo trata do decálogo, as exigências mais básicas e gerais da aliança deuteronomista. O decálogo foi dado pelo próprio Deus no Sinai, o qual não fora revogado a pesar da infidelidade de Israel por todo o percurso no deserto. De fato, a aliança no Sinai é a base do relacionamento entre Deus e Israel, por isto foi citado em 5.2-3. No entanto, “deve-se insistir no fato de que a aliança era mais do que uma lista de estipulações. Era fundamentalmente um relacionamento entre Javé e Israel (cf. 4:13,14)” (THOMPSON, 1982, p.109).
O capítulo 6 discorre sobre aquele que Jesus viria a afirmar ser o maior de todos os mandamentos (Mc 12.29-30). De uma forma ainda mais enfática, a ordem de guardar, transmitir e cumprir todos os estatutos do Senhor é repetida também neste capítulo (v.1-3). Veja que a ideia é cumprir todos os mandamentos do Senhor por todos os dias da vida, os quais seriam proporcionalmente multiplicados na terra em que passariam a habitar, ou seja, o amor e a obediência a Deus daria ao povo de Pacto o privilégio de permanecer habitando e desfrutando da Terra prometida.
O amor ao Senhor deveria ser integral, nas palavras de Moisés, “de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (6.5). Como consequência direta do amor ao Senhor, estaria o apropriar-se dos mandamentos do Senhor e o transmitir às gerações futuras (6.6-7). O grande mandamento é dado com uma enfática advertência: quando estiverem bem, na terra que eu te der, guarda-te, para não esquecer do Senhor e incorrer na idolatria (6.12-14). O Senhor é zeloso e não deixará de trazer a disciplina, como fez na peregrinação, no deserto (6.15-16). A integridade deveria ser necessariamente demonstrada pelo amor ao Senhor e pela obediência a Ele, assim, o Senhor responderia com justiça e provisão (6.24-25).
O capítulo 7 traz outra exigência de Deus para o Seu povo: para desfrutarem de toda a terra que te dou, terão que destruir todos os cananeus. Sabedor de que a soberba poderia macular o povo da aliança, o Senhor deixa evidente que os favores concedidos a eles se dão pela escolha do Senhor e não por seu valor intrínseco (7.6-8). A escolha por parte do Senhor intensifica ainda mais a necessidade de resposta obediente por parte do Seu povo. Assim, os israelitas deveriam não apenas derrotar os povos inimigos do Senhor (pois Deus estaria trazendo juízo sobre cada um deles), como também guardar os demais mandamentos do Senhor (7.11) e odiar aquilo que o Senhor detesta (7.25).
 A verdade fundamental no livro de Deuteronômio (a obediência como pré-requisito para usufruir da terra) é, mais uma vez, enfatizada (Dt 8), pela necessidade de se recordar os feitos do Senhor pelo deserto. Desta vez, o propósito do Senhor nestes 40 anos é revelado: humilhar, provar e revelar o que estava no coração de cada israelita (8.2). Porém, a bondade e a provisão do Senhor os acompanhou por todo o período de provação (8.3). Sendo assim, a aplicação imediata gira em torno da importância de não esquecer do Senhor que te redimiu da escravidão do Egito (v.11), caso contrário, seriam destruídos da mesma forma que as outras nações.
O capítulo 9 lembra a obstinação do povo de Israel e sua facilidade e rapidez em se corromper e quebrar a aliança feita com o Senhor (v.12,16,24). Diante destes fatos, o Senhor afirma aquilo que requer do Seu povo: temor, obediência, amor e serviço (10.12). Como veremos posteriormente, o capítulo 10 é chave para o tema “integridade”, por isto, nos deteremos um pouco mais posteriormente.
O capítulo 11 encerra a sessão relembrando o que o Senhor fez aos Egípcios e aos infiéis Datã e Abirão, no deserto. Estes exemplos serviram de alerta para o povo da aliança cuidar do próprio coração (v.16), a fim de não se desviar do Senhor em busca de outro deus que supostamente trariam chuva e bênçãos para a terra. Tais atitudes trariam sérias consequências para a terra e principalmente para o povo (v.17). Sabedor de que o povo poderia rapidamente se desviar e recorrer a Astarote (mesmo que ocultamente), o Senhor adverte que tal prática traria graves consequências, por outro lado, caso o povo agisse perante o Senhor com fidelidade, confiança e obediência teriam como consequência em suas vidas, bênçãos espirituais e naturais.

CRAIGIE, Peter C. Deuteronômio. São Paulo: Cultura Cristã, 2013.

THOMPSON, J. A. Deuteronômio: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1982.