terça-feira, 9 de dezembro de 2014

HUMILDE DE ESPÍRITO.
Bem-aventurados os humildes de espírito
Mateus 5:1-3

Esta é a primeira das nove bem-aventuranças proferidas por Jesus no Sermão do Monte. Cada bem-aventurança é composta por uma característica e uma promessa. As características não são exigências para salvação, antes são atributos que devem ser almejados por todo o crente, a partir do seu novo nascimento em Cristo. A plenitude desses aspectos será realidade na vida do crente, apenas no futuro reino Milenar de Cristo.
A expressão “bem-aventurado” remete a alguém que pode dizer-se “quão verdadeiramente feliz; afortunado; ditoso”. Uma experiência que vai além da emoção superficial. É o bem-estar concedido por Deus aos fiéis, independentemente das circunstâncias. Nela, Jesus nos ensina a Sua maneira para que seus filhos alcancem a alegria verdadeira que procede apenas dEle mesmo.
Ser “humilde de espirito” é negar a autossuficiência e ter uma opinião correta de si mesmo, conforme Romanos 12:3, que diz: “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” Ter humildade é reconhecer nossa total dependência de Deus, estar ciente de nosso estado pecaminoso e consequentemente perdição e desesperança à parte de Deus.
A primeira bem-aventurança já nos mostra que mesmo o mais piedoso entre todos os crentes, não deve se gloriar de sua espiritualidade, pois, ser humilde é primeiramente reconhecer que não podemos fazer nada de bom, sem a ajuda de Deus e que na verdade não temos poder em nós mesmos para cumprir o que Deus requer de nós, antes, viver de forma que agrada a Deus é viver na dependência de Deus.
“Porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5:3b). A promessa do reino dos céus para os humildes de espírito comprova que para um pecador ser salvo é necessário antes de tudo reconhecer seus próprios pecados e a insuficiência pessoal para se chegar até Deus. Lucas 19:10 declara: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”; ou seja, todos na verdade estão perdidos e apenas os que reconhecem essa condição poderão ser achados por Cristo. Cristo veio buscar o pecador perdido. Nós não fomos até o céu para buscar Jesus, antes, Ele veio a este mundo, morrer pelos nossos pecados para nos conduzir até o céu.
“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito” (I Pedro 3:18). Portanto, o reino dos céus, é um rico e gracioso presente concedido àquele que reconhece sua total falência espiritual, crendo completa e unicamente em Cristo Jesus como meio de acesso a Deus.
Sendo Deus sábio e gracioso, deu seu Filho Jesus Cristo para morrer pelos pecadores e realizar a obra completa da salvação, sem ajuda humana (pois na verdade não existe nada que poderíamos fazer), para que toda glória seja dada apenas ao Deus Trino. Quanto a nós: “Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída” (Romanos 3:27). Todo aquele que foi alcançado pela graça de Deus, em Cristo, após reconhecer sua insuficiência e perdição, acaso não deveria viver sempre para glória de Deus, tendo a humildade como grande evidência em sua vida? Vigiemos e sejamos humildes “porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça.” (I Pedro 5:5).
“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:36).



sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Um Natal Bíblico


Na mente de muita gente, o relato do Natal parece um conto de fadas. É emocionante, bonito e desperta bons sentimentos. O casal José e Maria, os reis magos e as figuras angelicais são lembrados como meros coadjuvantes, de um episódio onde o protagonista, ainda infante, encanta e inspira simplicidade.   
Essa forma de imaginar o Natal é tão comum, de tal maneira, que muitos tendem a considerar a narrativa do nascimento de Cristo, na mesma categoria de textos de ficção. Além disso, na mídia e no mercado, tanto brilho e ornamentação, geralmente ofuscam o verdadeiro significado do Natal.
Então, o que a Bíblia revela sobre o nascimento de Jesus Cristo, o grande Natal? O Natal bíblico tem importantes fundamentos. Dois deles: o fundamento histórico e o teológico.
O nascimento de Cristo tem endereço no tempo e no espaço e ocorreu como fato histórico verídico. O Natal bíblico tem um fundamento na história, sim; mas não para por aí, pois esse mesmo acontecimento também tem fundamento na teologia. Além de ter registro no tempo e no espaço, tem lugar dentro do plano de Deus. Não se limita a um grande momento da história humana, mas abrange o clímax do propósito divino. Aquele Natal, na terra da Judeia, dominada pelos romanos, durante um recenseamento da população do império, apontava para a ocorrência entre os homens, de um evento que já estava agendado na eternidade.
 O primeiro recenseamento de César Augusto conduziu Maria para Belém, justamente quando ela estava no nono mês de gestação. Enquanto o imperador romano, em seu governo provisório, movia uma gigantesca estrutura política e social, visando manter seu domínio entre os homens na terra; nos céus, Deus, em seu governo providencial, sem esforço, soberanamente cumpria sua promessa do grande Natal. Um esplêndido testemunho bíblico de que às “mãos dos césares”, nunca estiveram e jamais estarão fora do controle das “mãos de Deus”.
O Natal bíblico mostra que história e teologia estão entrelaçadas de maneira indissociável. Como anotou o escritor John G. Mechan: “Cristo Morreu – isto é história; Cristo morreu pelos nossos pecados – isto é doutrina. Sem estes dois elementos, conjugados em união absolutamente indissolúvel, não há Cristianismo”.
Nas festividades natalinas, corremos o risco de que essas ocasiões sirvam apenas para reunir a família com deliciosas comidas na mesa, trocar presentes entre amigos e tirar fotos (já pensando nas redes sociais) em meio às decorações caprichadas.
Por isso, estejamos atentos, para que o nosso Natal exulte o nome e celebre a obra daquele que esteve numa humilde manjedoura, foi humilhado numa horrenda cruz, mas ressuscitou em glória, garantido que todo aquele que nEle crê desfrute pessoalmente de um segundo momento natalício: o do novo nascimento em Cristo Jesus!

Desejo-lhe um Feliz Natal!

Pr. Charles Nascimento