sábado, 22 de agosto de 2015

BÊNÇÃOS MATERIAIS É SINÔNIMO DE INTIMIDADE COM DEUS?









      Constantemente confundimos intimidade com Deus pelo que Ele faz por nós, e não pela aproximação dEle através da Bíblia e da oração, bem como pelo desejo de buscá-Lo e servi-Lo independentemente da percepção clara de um agir extraordinário e maravilhoso de Deus em nosso dia-a-dia.
     Vivemos em uma era de um cristianismo pragmático e experimental, onde os “cristãos” desejam sentir que Deus está fazendo algo “real” em suas vidas. Queremos ver as bênçãos fluindo de Deus a cada momento, mas não somos fiéis e perseverantes em buscá-Lo a cada dia. Pensamos que cristianismo significa Deus nos agradando, mas facilmente podemos perceber na Bíblia que nossa ambição na vida deveria ser agradar a Ele.
      É certo que Deus, em Cristo, nos tem abençoado com toda sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais (Efésios 1:3). Mas é certo também que Deus não é constante em “invadir” nossas vidas com grandes e excepcionais intervenções, a menos que seja para revelar sua Glória por meio de nós, e não para benefício único e exclusivo nosso.
     A Palavra de Deus nos diz: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros” (Tiago 4:8) e Deus já nos providenciou tudo o que é necessário para isso: a morte e ressurreição de Cristo, a Bíblia, a oração, o Espírito Santo e a adoração individual e coletiva. A intimidade com Deus consiste em buscá-lo fielmente por meio daquilo que Ele nos providenciou.
    Portanto, paremos de buscar manifestações rápidas e fáceis de Sua Santa presença e sejamos fiéis e pacientes em buscar a intimidade com Deus como um processo constante e contínuo deixando nas mãos de Deus o cuidado e a intervenção no momento e na forma como lhe agradar.
                       
Pr. Ádamo Rocha


Adaptado de Joseph M. Stowell. Vivendo a Intimidade com Deus. Série Descobrindo a Palavra, Ministérios RBC. p.6-12

terça-feira, 28 de julho de 2015

Excelente ferramenta para o crescimento espiritual... e gratuita!

Foi lançado neste mês de Julho um periódico virtual semestral, que tem como objetivo oferecer um recurso para nortear nossa mente com uma perspectiva bíblica cristã, de forma GRATUITA. Este periódico recebeu o nome de ÊNFASE CRISTÃ.
Tendo como editor chefe o Pr. Charles Bronson (Igreja Batista Regular Central de Mossoró/RN), o periódico conta com a colaboração de homens e mulheres fieis ao Senhor e aptos para nos instruir e edificar em diversas áreas.
Que Deus dê longa vida a este projeto, que esteja por muitos e muitos anos a disposição daqueles que se interessam por crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
Segue o link do periódico a baixo, boa leitura.

Link: http://issuu.com/revistaenfasecrista/docs/revista___nfase_crist___1

sexta-feira, 10 de julho de 2015

A limpeza interior que resulta em pureza exterior

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança! Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo!” 
Mateus 23.25-26

            Estes versículos se encontram em uma seção do livro de Mateus onde Jesus adverte e reprende os escribas e os fariseus de várias coisas relacionadas a hipocrisia. Os escribas eram homens que copiavam a lei e na época de Jesus eles formavam um grupo religioso que estudavam, interpretavam e ensinavam as Escrituras, Jesus mostrou que os escribas não estavam agindo em conformidade com o que pregavam, estavam sendo falsos. Os fariseus formavam um grupo religioso que pregavam o moralismo, criavam leis e manipulavam as leis existentes de acordo com seu próprio interesse, Jesus revelou a verdadeira realidade dos fariseus afirmando que tudo que eles faziam era pura hipocrisia.
            Jesus usou a figura de um copo limpo por fora e sujo por dentro para ilustrar a situação dos escribas e fariseus. Eles queria mostrar uma boa aparência mas Deus sabia que em seus corações estavam cheios de pecados.
            Jesus chamou os escribas e fariseus de cegos, pois, mesmo enxergando os pecados dos outros eles não enxergavam seus próprios pecados.
            Por fim, Jesus receita a solução: limpa primeiro o interior para que o exterior também fique limpo. Veja que Jesus reprova a hipocrisia, mas não incentiva o pecado. Ele disse que é necessário ficar limpo tanto no interior quanto no exterior. O fato de existir falsos religiosos e até falsos líderes religiosos não quer dizer que não exista verdadeiros líderes e verdadeiros crentes que buscam servir ao Senhor correta e honestamente.
            Todos nós estamos sujos pelo pecado, por mais que a gente tente esconder nossos pecados eles continuam em nós e nos condenam: “Ai de nós!”. Qual a solução para nós hoje? Limpar apenas o exterior? Não! Devemos ser limpos por dentro para sermos limpos por fora. Como podemos ser limpos por dentro?
            Para sermos limpos precisamos reconhecer que não existe nada em nós que agrade a Deus ou mude nossa situação. A Bíblia diz: “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.10-12,23). Para recebermos o perdão de Deus precisamos primeiramente reconhecer que precisamos do seu perdão.
            Para sermos limpos precisamos entender que nosso pecado nos condena. A Bíblia diz que o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23). Se morreremos no corpo é porque somos pecadores e se somos pecadores nosso espírito está morto, pois o pecado mata o espírito serando o espírito de Deus. Logo, se estamos espiritualmente mortos e separados de Deus, quando o nosso corpo morrer o nosso espírito ficará para sempre longe de Deus, no castigo eterno, como está escrito: “E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (Apocalipse 20.15)
            Para sermos limpos precisamos saber o que Cristo fez por nós ao morrer na cruz. Antes de vir a este mundo, Jesus já existia, aliás, Ele sempre existiu. Jesus foi enviado por Deus a este mundo para receber o salário pelo meu e pelo seu pecado, ou seja, Jesus veio a este mundo com o propósito de morrer por nós. Isto é a grande prova de que Deus nos ama. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8). Cristo morreu pagando pelos nossos pecados e recebendo a punição por cada um deles, mas Cristo ressuscitou abrindo o caminho para Deus e tornando-se o ÚNICO meio para se alcançar a vida eterna, Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6).
            Por fim, para ser limpo precisamos nos arrepender de nossas ofensas contra Deus e CRER única e completamente em Jesus como nosso salvador pessoal. Jesus é o único meio de salvação, mas só obteremos a salvação se o recebermos como nosso salvador pessoal. A Bíblia diz:
1.      “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados” (Atos 3:19) – quando você reconhecer e se arrepender de seus pecados, estando pronto a se converter, ou seja, mudar completamente sua atitude para com Deus e disposto a mudar de vida, Deus promete cancelar seus pecados, perdoando sua dívida para com ele pois Cristo já pagou. Deus fará de você uma nova pessoa, um filho amado, um salvo.
2.      “Crê no Senhor Jesus e serás salvo” (Atos 16:31) – Depois de arrepender-se é necessário Crer. Não crer em qualquer coisa ou pessoa, crer apenas em Jesus. O resultado desta fé é a salvação.
3.      “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3:36) – ter o filho aqui significa crer e receber o filho como salvador pessoal, quem assim fizer tem a garantia de vida eterna, por outro lado, se manter rebelde significa rejeitar a salvação que Jesus dá, mesmo depois de entender o que Cristo fez e o que Cristo oferece, quem não crer, ou seja, rejeitar Jesus, irá receber o salário pelo seu pecado e estará para sempre no lago de fogo, recebendo a ira de Deus.
4.      “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5.24) – Por duas vezes Jesus enfatiza que está falando a verdade, nos dizendo que é algo de muita importância para nós. Como Jesus falou, você precisa ouvir estas verdades, e acaba de ouvir. Agora você precisa crer. Creia em Jesus como seu Salvador pessoal. Se assim você fizer Jesus promete três coisas: 1. Você TEM a vida eterna – não está no futuro e não existe condicionalidade. Se você crer você está salvo e está salvo AGORA; 2. Você não entrará em Juízo – o tão temido julgamento final não fará parte de sua vida, pois, se crer, você já foi perdoado e como perdoado não é culpado e não sendo culpado você não vai precisar ser julgado; 3. Você passou da morte para a vida – você estava condenado ao lago de fogo, mas pela fé no que Cristo fez por você, você agora tem a vida eterna.
5.      Por último, saiba que se você creu em Jesus agora, saiba que você precisa confessar sua fé, pois uma fé escondida não tem mais importância que a incredulidade, a Bíblia nos diz: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10:9). Após crer em seu coração, confesse imediatamente a todos quanto puder que você se arrependeu, creu em Jesus e recebeu o perdão de Deus. Fazendo isso, nada poderá te separar de Deus, como está escrito: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.  Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:1,38-39)

Espero receber notícia de sua fé em Cristo e encontrar com você no Céu para louvarmos juntos ao nosso Salvador
Que Deus te abençoe!

Pr. Ádamo Rocha

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

OPINIÃO FORMADA OU UMA METAMORFOSE AMBULANTE?


Pr. Charles Bronson

O “maluco beleza”, Raul Seixas, marcou uma geração por sua lucidez em entender os sistemas de pensamento que o rodeavam a ponto de questioná-los e influenciar outros no mesmo sentido. Fazia isso através de suas composições e interpretações semeadoras de cosmovisões.
O termo cosmovisão é tradução da palavra alemã Weltanschauung, que significa "modo de olhar o mundo" (welt, "mundo"; schauen, "olhar"). “É um conjunto de pressuposições [hipóteses que podem ser verdadeiras, parcialmente verdadeiras ou inteiramente falsas] que sustentamos [consciente ou inconscientemente, consistente ou inconsistentemente] sobre a formação básica do nosso mundo.” (James W. Sire).
De forma genial, Nancy Pearcy define cosmovisão como um mapa mental que nos diz como navegar de modo eficaz no mundo. E são muitas as opções para os viajantes: positivismo, liberalismo, marxismo, humanismo, pós-modernismo etc. Alguns destes mapas, obsoletos para uns, sempre úteis para outros.  
Esses muitos “ismos” servem como uma “caixa de ferramentas filosóficas abarrotada de termos e conceitos”, montando um padrão de ideia e comportamento humanos. Observemos, em síntese, o perfil de um deles, o pós-modernismo – uma das de ferramentas filosóficas mais utilizadas em nossos dias.
Uma alternativa ao pensamento moderno, ainda que hoje, anda em paralelo. Trata-se de um conceito muito amplo, ainda em construção, mas que já tem desconstruído muitas estruturas de pensamento, redefinindo conceitos e reinterpretando leituras de mundo.
O Pós-Modernismo é, principalmente, uma abordagem epistemológica (trata da natureza e a justificativa para o conhecimento/verdade). Busca a resposta para perguntas do tipo: Como sabemos o que sabemos? Como saber se o que sabemos é verdade?  O filósofo cristão J. P. Moreland explica que esse mapa mental, representa uma forma de relativismo cultural sobre coisas como a verdade, a realidade, a razão, os valores, o significado linguístico, o 'eu' e outras noções.
Comemora a queda dos pilares absolutos e erguem fortes bases fincadas no relativismo ou pluralismo como sustentação da mentalidade humana. Sua versão religiosa, em síntese, se manifesta nos chavões: “Fé é, por definição, individual e subjetiva!” ou “Qualquer crença é a verdade, se ela for verdadeira para mim!”. Uma rejeição enfática a qualquer afirmação de verdade absoluta.
            Diante disso, o crente precisa ter em mente uma cosmovisão bíblica. Ser capaz de ler o mundo com as lentes da fé cristã e quando navegar em mares desconhecidos não se deixar levar por qualquer onda de pensamentos, muitos dos quais contrariam a verdade de Deus. Ter a convicção de que os princípios revelados na Bíblia são atemporais, superiores à opinião pública e independem do veredicto de “intelectuais orgânicos” para serem considerados relevantes.
Nesse sentido, o primeiro capítulo do livro de Daniel torna-se uma ferramenta bíblica útil, ao explicar como ele e seus companheiros venceram uma difícil batalha entre cosmovisões. Uma trajetória que serve de referencial para uma mentalidade que conduz a um comportamento para a glória de Deus.
No meio de uma geração que se corrompia, Daniel possuía valores absolutos. O fato de não ter sido devorado na cova dos leões é admirável; mas outro fato também é digno de nota: Daniel não deixou que as cosmovisões que o rodeavam devorassem sua mentalidade, tornando-se mais uma presa do sistema de pensamento babilônico.
O império babilônico era o mais poderoso da época, e a capital Babilônia a cidade sede de um panteão de divindades (idolatria), capital mundial da astrologia e feitiçaria, berço de uma das sete maravilhas do mundo antigo (os Jardins suspensos da Babilônia). Um polo científico do mundo de então. E Daniel era um jovem de reconhecida capacidade intelectual; mas não foi por meio de um “ciências sem fronteiras” do governo de Israel que ele chegou até a Babilônia. Historicamente, era o momento em que as mãos do rei Nabucodonosor tomavam conta de grande parte do mundo antigo em disputa, mas, soberanamente a mão de Deus disciplinava seu povo, Israel, com o triste Cativeiro babilônico.
Quando aconteceu uma seleção do governo (concorridíssimo e de alto nível), Daniel foi um dos poucos aprovados. Daniel entendia o mundo sem absorver o mundanismo. Não demonizou a cultura em si, mas vigiou para não cair nas armadilhas de um ambiente que “jaz no maligno”. Ele rejeitou as “finas iguarias do rei”, porque se deliciava diariamente com alimento da preciosa comunhão pessoal com Deus. Não adotou um mapa mental babilônico, pois não queria se afastar do Senhor.
No ano 539 a.C, o império babilônico ruiu, derrotado pelo exército Persa. Mas, na guerra de cosmovisões, Daniel permaneceu firme na fidelidade a Deus, vencendo os conflitos ideológicos, num campo minado de ideias antibíblicas.
Assim como Daniel, em qualquer geração deste lado da vida, um crente precisará manter-se firme numa cosmovisão bíblica diante de outras leituras de mundo que, de maneira parcial ou inteiramente, ameaçam nosso compromisso com a glória de Deus. Principalmente nesse nosso mundo pós-moderno que elogia com entusiasmo o perfil “metamorfose ambulante” e deprecia com militância os que mantêm “uma velha opinião formada” sobre quase tudo.